A filosofia
incomoda, desde seu princípio na Grécia isso já acontecia, não é nenhuma novidade, creio que
Sócrates foi o maior exemplo disto, já que ele foi acusado pelos atenienses de
“impiedade” “foi acusado de não crer nos deuses da cidade e de corromper os
jovens; mas, por trás de tais acusações, escondiam-se ressentimentos de todos
os tipos e manobras políticas” (REALE,
Giovanni, A história da Filosofia), Sócrates foi condenado a beber veneno,
por conta disto.
Jamais
ocorreria a condenação de Sócrates e sua morte, se ao filosofar, ele não
incomodasse ninguém, historicamente hoje sabemos que ele através da filosofia,
querendo ou não, Sócrates incomodava os gregos, tudo em plena praça pública, a
famosa (Ágora), que a princípio se assemelha muito com a internet, hoje existem
pessoas que consideram a internet como uma nova Ágora, ou seja, um espaço
público de debates, porém as pessoas eram preparadas para poder ir para a Ágora
debater, e não podiam dela participar quem não tivesse um mínimo de preparo, os
próprios sofistas inimigos mortais de Sócrates, recebiam pagamentos para que
preparassem as pessoas, e as tornassem mais eloquentes nos seus discursos.
Todavia,
Sócrates jamais incomodava as pessoas somente por incomodar, está errado quem pensa
que praticando um incomodo qualquer, esteja fazendo filosofia, a filosofia não
é sair incomodando, a filosofia é um saber metódico e sistemático que pode
incomodar.
Sócrates
usava como método a dialética, que coincide com seu próprio dialogar, que possui
dois momentos essências, a “refutação” e a “maiêutica”, ao fazê-lo Sócrates
valia-se da máscara do “não-saber”, e da temida arma da “ironia”, cada um
desses pontos deve ser adequadamente compreendido, porém utilizo deles para
evidenciar que, Sócrates em seus diálogos com as pessoas, se colocava como
alguém que nada sabia e queria somente aprender, porém logo após através da ironia
refutava o saber do interlocutor, pronto, Sócrates o incomodava
inevitavelmente, as pessoas não querem aprender e nem ter seus saberes
refutados, repito, porque incomoda.
Isso é
válido ainda nos dias de hoje, quando resolvemos filosofar e mostrar uma
perspectiva diferente para as pessoas, muitas delas se zangam, ficam bravas,
não sou um Sócrates ou Platão, mas tento filosofar, todavia, sei que ao passo
que me pegar filosofando e através disso incomodar alguém, estarei feliz, pois
fiz o papel de filósofo.
Existem pessoas que se incomodam, mas tem a capacidade de aprender, ou seja, são inteligentes, outras se incomodam e se esperneiam porque não querem aprender, essas burras, ora, eu levo a sério a filosofia, não passei esse tempo todo estudando pra brincar de filósofo depois, pode até ser falta de polidez chamar uma pessoa de burra, porém nós filósofos não podemos colocar a polidez acima da filosofia.
Existem pessoas que se incomodam, mas tem a capacidade de aprender, ou seja, são inteligentes, outras se incomodam e se esperneiam porque não querem aprender, essas burras, ora, eu levo a sério a filosofia, não passei esse tempo todo estudando pra brincar de filósofo depois, pode até ser falta de polidez chamar uma pessoa de burra, porém nós filósofos não podemos colocar a polidez acima da filosofia.
Temos que
aproveitar essa nova Ágora (internet), para promovermos diálogos e discussões
que sejam relevantes, para que todos possam aprender juntos, os filósofos não
sabem tudo, a diferença dele para algumas pessoas é que ele sabe disto, todos
nós sabemos que contra a ignorância não se tem argumentos.
O próprio
Sócrates dizia que filosofar não era para todos, era necessário estar grávido
das ideias, pois, da mesma forma que uma mulher que está grávida no corpo tem
necessidade de uma parteira para dar à luz, também a pessoa que tem a alma
grávida de verdade tem necessidade de uma espécie de arte obstétrica
espiritual, que ajude essa verdade a vir à luz, é essa exatamente a “maiêutica”.
Para
incômodo das pessoas que não conseguem refletir, vou seguir o exemplo de
Sócrates, enquanto eu viver irei filosofando pelos cantos.
(Alex
Domingos)
REFERÊNCIAS
REALE, Giovanni, A história da Filosofia