quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Outra perspectiva sobre a humildade









Pensar de uma forma em que possamos nos abster de certos preconceitos formados por outras gerações, até mesmo pela nossa, esse é o maior desafio do espirito livre, claro que não queremos “inventar a roda” novamente, ainda mais com um tema amplamente discutido como este: a humildade.

Quando se trata de humildade é lugar comum, pensa-la como uma virtude a ser seguida, um valor inquestionável, digna de respeito, de admiração.

Sugiro que olhemos mais de perto para isso a que chamamos humildade, até mesmo pela sua apologia nas redes sociais, que acaba nos sendo imposto, mesmo que indiretamente, um padrão de comportamento, onde todos têm quer ser legais, felizes, bonzinhos, humildes e dizer que ajuda o Meio ambiente.

Se possível não titubeemos, em coloca-la ao microscópio, para que surja uma nova perspectiva, livre de alguns preconceitos formados ao seu respeito, apesar de aparentemente ser um tema óbvio, evidenciarei que muitas pessoas se equivocam performaticamente quando se trata de humildade.

De inicio a humildade é muito traiçoeira, requer um trato refinado para lidar com ela, até porque pode soar como contraditória, aos olhos dos mais atentos, como numa expressão: “Sou muito humilde”, aqui há uma contradição performática, pois, quem dissesse desse modo estaria se gabando de possuir uma “virtude humilde”, logo se evidenciaria a não humildade de se intitular humilde.

Humildade provém do latim (Humus), que significa chão, terra. Isso nos obriga a interrogar: Serão os humildes filhos da terra? Todavia nos remete aquele dito de Kant: “Quem se transforma em minhoca, não deve queixar-se, depois de ser pisado”.

Apesar disso a humildade nos parece tão bem vista entre nossa cultura que as pessoas são humildes para se engrandecer, olha que contradição em torno dela, e quanta dissimulação.

“Aqueles que imaginamos mais cheios de desestima por si mesmos e de humildade são geralmente os mais cheios de ambição e de inveja” já dizia Spinoza.

Por essas e outras que comecei a ter um olhar diferente perante a humildade, ainda mais agora com a renúncia do Papa Bento XVI, lhe deram a áurea de humilde, com isso a humildade voltou a ser pop junto com o Papa.

O filósofo brasileiro Mario Sérgio Cortella, tem uma perspectiva mais centrada de humildade, ele a concebe (não como o rebaixar-se perante o outro), isso seria a negação de si, negação de suas qualidades, mas para ele a humildade seria: (não rebaixar o outro para se enaltecer, se elevar).

Temos que nos afirmar perante o outro, saber em que aspectos somos bons ou ruins e não nos envergonharmos disso, não diminuir o outro para sermos elevados, mas a sociedade enxerga o afirmar-se como arrogância, por isso termos que ser aqueles tipos bonzinhos, previsíveis e humildes, por conta disso niilistas.

O que dizer das pessoas que cobram humildade das outras, serão elas ressentidas tão quanto as que supostamente não possuem a humildade? Usando a lente do filósofo F. Nietzsche, parece-me que sim, a pessoa que cobra ou exige humildade da outra, ressente-se pela capacidade de autoafirmação que ela mesma não possui, levando a cobrar humildade, das outras pessoas, para que a outras pessoas se tornem iguais a ela, incapaz de autoafirmação.

A humildade é ter a consciência de que ninguém é melhor do que ninguém; considero um erro pensar dessa forma, tendo em vista que essa frase ao mesmo tempo em que diz tudo não diz nada, todavia sempre somos melhores ou piores em alguns aspectos em relação às outras pessoas.

Por isso que devemos observar cada caso, por exemplo, no quesito jogar futebol “A” joga melhor que “B”, mais em basquete “B” joga melhor que “A” assim avaliamos tecnicamente um caso em que se destaca o bom desempenho de uma pessoa em determinada área.

A humildade talvez seja a mais, problemática das “virtudes”, por isso requer muitos olhares acerca dela, para que assim as perspectivas se tornem mais condizentes com a realidade, temos que tomar certos cuidados ao aceitar toda e qualquer ação humilde como louvável, mas apesar de tudo penso que a afirmação de si ainda é mais nobre que a humildade, pois, em certos casos a humildade se transforma em um niilismo ridículo, contudo resolvi sublinhar nela um caráter que seja mais humano, demasiado humano. 

(Alex Domingos).

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Divinização do Amor.

Nietzsche constatou a “Morte de Deus” no Século XIX, devido a modernidade com sua crítica da metafísica e da tradição. Com isso a contemporaneidade teve que buscar algo pra preencher essa lacuna, me parece que findou dentre outras coisas divinizando o amor, não qualquer tipo amor, mais sim aquele incondicional e eterno que é levantando em lugar de um Tótem, enfim corremos o risco de transformar o amor em uma religião. (Alex Domingos).