terça-feira, 23 de abril de 2019

Performance poética e alteridade através do espelho













Eu sou trezentos, sou trezentos-e-cinquenta, As sensações renascem de si mesmas sem repouso, Ôh espelhos, ôh! Pireneus! Ôh caiçaras! Si um deus morrer, irei no Piauí buscar outro! Abraço no meu leito as melhores palavras, E os suspiros que dou são violinos alheios; eu piso a terra como quem descobre a furto Nas esquinas, nos táxis, nas camarinhas seus próprios beijos! Eu sou trezentos, sou trezentos-e-cinquenta, mas um dia afinal eu toparei comigo...Tenhamos paciência, andorinhas curtas. Só o esquecimento é que condensa, E então minha alma servirá de abrigo.


Mário de Andrade. Poesias Completas. São Paulo: Martins Editora, 1955. p. 221.

A performance da boa poesia talvez seja, aquela que nos arranca um suspiro e nos faz calar por alguns segundos. Observar-se ainda, aquelas que fazem com que ergamos a cabeça, dando forma aos nossos mais íntimos pensamentos, assim olhamos para o alto em silêncio, pois, sua performatividade se propaga pelo corpo, e também é incorporada e experienciada pelo leitor, que já não é mais o mesmo que se colocou a ler a primeira frase.

Ora, se existem aquelas poesias da qual não nos resta mais nada, além do calar-se diante do termino da leitura, o silêncio é algo que merece ser evidenciado nesta relação performática com a poesia. Agambem, em seu “micro-texto”: (a ideia do silêncio), se vale de uma fábula da antiguidade para sublinhar a importância do silêncio, nela lê-se este apólogo:
Os atenienses tinham por hábito chicotear a rigor todo candidato a filósofo, e, se ele suportasse pacientemente a flagelação, poderia então ser considerado filósofo. Um dia, um dos que se tinham submetido a essa prova exclamou, depois de ter suportado os golpes em silêncio: ”Agora já sou digno de ser considerado filósofo!” Mas responderam-lhe, e com razão: “Tê-lo-ias sido, se tivesses ficado calado” [1].

Acredito que tanto a filosofia como a poesia se relacionam com a experiência do silêncio. Todavia, o senso comum concebe o silêncio como a ausência de som ou até mesmo de expressão, porém, ele – o silêncio tem muito a nos dizer. 

Como na fábula, onde não bastava o filósofo suportar pacientemente a flagelação, teria também que fazer a experiência do silêncio para tornar-se filósofo. Ainda, segundo Agambem: um belo rosto é talvez o único lugar onde há verdadeiramente silêncio [2]. O rosto carrega consigo a linguagem do silêncio, pois, é no silêncio que o rosto diz.

Isto me lembra das diversas vezes que algumas pessoas do meu círculo íntimo de amizade me olhavam, e esse olhar fazia com que eu soubesse exatamente o que elas gostariam de me dizer, não com palavras, mas com o silêncio que emanava do rosto. 

O rosto que me dizia algo, eram o rostos de outras pessoas, aqui, quando falo sobre a outras pessoas, ou o “outro” como manifestação da linguagem corporal, estabeleço a relação de alteridade, pois, alteridade pressupõe o “outro” ou “outrem”.

A alteridade indica a presença de um Outrem que não se anula na relação. Independentemente da verdade ou mentira que ele venha a dizer, o seu rosto já é expressão. Lévinas compreende que a alteridade, enquanto relação ética, é anterior a qualquer afirmação, seja ela verdadeira ou falsa. O signo verbal é posterior à expressão do rosto [3].

A relação de alteridade quando estou frente à outra pessoa, ainda que parecida, é distinta daquela relação de alteridade, quando estou frente a frente comigo mesmo, ou seja, através do espelho. Ao olhar no espelho, coloco-me face a face comigo mesmo, o que fica evidente é que, eu sou o outro de mim mesmo (alteridade). Assim, a distinção está na transparência deste olhar. 

Ora, a relação de alteridade, com uma pessoa distinta, não nos permite conhecer o outro como conhecemos a nós mesmos, (embora muitas vezes este conhecimento seja ficcional), por mais que o rosto da outra pessoa fale, algo ainda permanecerá velado. O que não ocorre, quando me coloco diante do espelho, onde não tenho nada para esconder de mim mesmo, e onde as glórias e imperfeições atravessam o espelho e tornam-se tão claras, como na poesia chamada retrato da escritora Cecília Meireles:

Retrato – Eu não tinha esse rosto de hoje/assim calmo, assim triste, assim magro/ Nem estes olhos tão vazios/Nem o lábio amargo./Eu não tinha estas mãos sem força/ Tão paradas e frias e mortas/ Eu não tinha este coração/ Que nem se mostra./ Eu não dei por esta mudança/ Tão simples, tão certa tão fácil: - Em que espelho ficou perdida minha face? [4]

No espelho lidamos com o óbvio, aqui com o qual não tivemos “tempo” de ter visto antes, talvez pela correria, vinda, desde muito tempo, através do jargão “time is Money”. Assim, nos perdemos no cotidiano, porém, é no espelho e em sua alteridade que procuramos a nós mesmos, esta questão nos assusta, a obscenidade do espelho nos assusta, como nas palavras de Boudrillard:

Quando as coisas se tornam demasiadamente reais, quando elas são dadas imediatamente, quando existem como realidade concreta, quando estamos neste curto-circuito que faz com que as coisas se tornem cada vez mais próximas, estamos na obscenidade [5].

A cada olhadela no espelho, em nossa face aflora a “realidade”, pois, a relação de alteridade está demasiadamente próxima, está logo ali, - no espelho. É nele que enxergamos as falhas e imperfeições que tanto aflige o ser humano, algumas pessoas pensam até em quebrá-lo, ou jogá-lo para longe. “Quebrar o espelho é deixar de ser para ser, transver [6].
O espelho remete a loucura, a loucura de nos vermos fora de nós mesmos. É esta loucura que o ator sente cada vez que entra no espaço da cena, ele cria uma imagem dentro e fora de si mesmo. Ele é e não é ao mesmo tempo. Narciso se apaixona pela própria imagem e perde a si mesmo. Tirésias, contudo, já havia predito ao belo narciso que ele viveria apenas enquanto não se visse [7].

Existe um trecho na música, “Índios”, da banda de rock brasileira, Legião Urbana, que dialoga magistralmente com esta poesia do Guimarães Rosa, na letra que é cantada por Renato Russo, evidencia a relação da sociedade com o espelho, na música ouve-se:

Quem me dera ao menos uma vez/provar que quem tem mais do que precisa ter/quase sempre se convence que não tem o bastante/ Fala demais por não ter nada a dizer/ Quem me dera ao menos uma vez/ Que o mais simples fosse visto/ Como o mais importante/ Mas nos deram espelhos/ vivemos num mundo doente [8].

A frase: “Fala demais, por não ter nada a dizer”, traz à tona novamente o tema do silêncio, que talvez se manifesta não quando não dizemos nada, e sim, talvez, quando dissemos tudo. Narciso se perdeu, por conta de ver seu reflexo espelhado na água, sua doença foi o espelho. De certa forma, o espelho é o reflexo de uma sociedade individualista e que presa no mais das vezes pelo seu próprio eu. Na maior parte, o que impera é a dificuldade de lidarmos com o espelho, por isso, me pergunto o porquê desta dificuldade?

Ora, estamos muito magros, ora estamos gordos em demasia, ora não suportamos o simples olhar, como naquela música do Engenheiros do Havaí que diz: “Só me acorde quando o sol tiver se posto/ eu não quero ver meu rosto antes de anoitecer”:

Quem olha um espelho conseguindo ao mesmo tempo isenção de si mesmo, quem consegue vê-lo sem se ver, quem entende que a sua profundidade é ele ser vazio, quem caminha para dentro de seu espaço transparente sem deixar nele o vestígio da própria imagem - então percebeu o seu mistério [9].

Contudo, nem todos mantêm uma relação de estranhamento quando se olha no espelho, como no conto “Os espelhos”, da Clarice, em que ela brinca com essa relação de alteridade diante do seu reflexo, visto que, há pessoas que ao mesmo tempo em que olham a sua face no espelho, conseguem a isenção de si, como se aquele rosto ali clamando por uma reflexão mais demorada, não quisesse dizer nada. Existe também aquelas pessoas que conseguem vê-lo sem se ver e quem entende sua profundidade sem ser vazio. Todas essas são diferentes perspectivas sobre a relação de alteridade do eu com o espelho. 

(ALEX DOMINGOS)



[1]AGAMBEM.idéia da prosa, p.110.
[2]AGAMBEM.idéia da prosa, p.112.
[3]CARVALHO.Alteridade e diálogo, p.110.
[4]MEIRELES.Ontologia poética, p.128.
[5]BAUDRILLARD. Senhas, p.30.
[6]BARROS.O livro sobre o nada.p, 123.
[7]ROSA. Primeiras histórias. p, 69.
[8]URBANA, Legião. Álbum Dois.Música 12.
[9] LISPECTOR,Os espelhos. Disponível em:<http://claricelispector.blogspot.com.br/2008/02/os-espelhos.html>. Acesso em: 05/07/15.

segunda-feira, 15 de abril de 2019

Onde é que há gente no mundo?





Tirando o cenário político brasileiro, nada me deixa mais intrigado hoje em dia, do que aquelas pessoas que querem ser interessantes o tempo todo, principalmente nas redes sociais. Talvez sejam assim, porque ainda não perceberam, que existe uma espécie de vazio escondido por trás da aparência enganadora das mídias sociais, que  muitas vezes maquiam as nossas faltas e nos transformam em joguetes de algoritmos que de longe "sabem" mais de nós do que nós mesmos.

Funciona assim, as interações que são feitas nas redes sociais são salvas pelos algoritmos e a cada click que damos, armazena mais e mais dados no sistema (cokies), que passa a “saber” cada vez mais sobre nós. É assim que os algoritmos comandam qual será o nosso próximo afeto. Segundo Zizek: “Independente das nossas diferenças meramente ônticas, participamos todos na mesma catástrofe ontológica”. Eu acrescentaria: não só ontológica como também virtual.

Nesse esforço para sermos interessantes o tempo todo, tem de tudo, desde aqueles que vivem postando, (SEM AO MENOS LER NA ÍNTEGRA), vários artigos ao longo do dia, porque a manchete a princípio é "legalzinha".Talvez, façam isso, para parecerem informados e relevantes, mas tem preguiça e não  leem a matéria toda, nem procuram entender as suas implicações e muito menos fazer comentários que sejam realmente interessantes, ainda chega a ser pior, em alguns casos escrevem como único comentário da publicação a palavra: “FATO”, não sei vocês, mas, eu tenho muito receio quanto a capacidade crítica destas pessoas, elas estão atrás somente daquelas que postam coisas sobre resiliência ou as frases do OSHO.

Também encontramos nas mídias sociais aquelas pessoas que necessitam chegar ao fim do dia e estar com seu status cheio de postagens, as vezes por trabalho, ou por que seu dia tenha sido realmente incrível, isso é totalmente compreensível, mas na maioria das vezes é uma tentativa de salvar o seu cotidiano tedioso. Muito comum hoje, mentir para si mesmo que o seu dia foi lindo, ao menos na aparência das redes sociais. 

Isto me faz pensar que na contemporaneidade cada vez mais precisamos da confirmação do outro para saber se a nossa vida é interessante, precisamos do vizinho para saber se a nossa grama é verde e não somos daltônicos. A consequência lógica é que: se necessitamos muito dessa confirmação é porque nossa vida por ela mesmo não é tão interessante assim. Nesta lógica, só vamos a praia não como fim último da ação, mas para mostrar-mos para os outros que viajamos nas férias.

As pessoas tentam desesperadamente, mas não é possível ser interessante o tempo todo, pois temos paixões, pulsões, desejos e emoções. De tal modo, que se a maioria de nós convivêssemos diariamente com nossos grandes ídolos (sim, aqueles que achamos interessantes de longe), ficaríamos profundamente decepcionados se os víssemos de perto, pois perceberíamos o quanto nós os idealizamos e o quanto eles podem ser um pé no saco.

Posso afirmar que as melhores experiências que eu passei não foi passível de publicação, (minto, algumas até foram, mas bem poucas). Porque o cotidiano ardiloso não nos escapa, a realidade sangra, porém, paramos tudo para colorir as nossas vidas. Tentamos fazer do nosso cotidiano tedioso num espetáculo patético, que nos dá a ilusão de que para existirmos precisamos constantemente aparecer (imagem), ou seja, “sou visto nas redes sociais, logo existo”.

Obviamente nenhuma postagem corresponde fielmente a realidade que ela cria, já que é virtual e não real. Não estou dizendo para excluírem as redes sociais, nem pararem de postar status, cada um faz o que quiser com as suas ferramentas sociais. Eu só estou tentando fazer um exercício de reflexão deste fenômeno que é recente, e por isso mesmo, temos que entender a dinâmica de afetos que delas brotam e que acabam extrapolando para a nossa vida cotidiana. Porém, é inegável a importância das redes sociais na  ampliação e democratização do conhecimento.

Para sublinhar essa onda de superestimação das nossas vidas, e de publicidade positiva que fazemos de nós mesmos, eu invoco alguns trechos do belo e certeiro “Poema em linha reta” de Álvaro de Campos que todos deveriam saber inteiro de cor: 

“Nunca conheci quem tivesse levado porrada/ todos os meus conhecidos tem sido campeões em tudo/ eu tantas vezes reles/ tantas vezes porco/ tantas vezes vil/ eu tantas vezes irrespondivelmente parasita/ indesculpavelmente sujo/ eu que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho/ eu que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo/ que tenho enrolado os pés publicamente no tapetes das etiquetas [...] eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo/ toda gente que eu conheço e que fala comigo/ nunca teve um ato ridículo/ nunca sofreu enxovalho/ nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes na vida/ arre, estou farto de semideuses!/ onde é que há gente no mundo?/ então sou só eu que sou vil e errôneo nesta terra? 

Através desse poema eu me lembrei do louco que em plena luz do dia, andava com uma lanterna acessa e gritava: - procuro Deus! Procuro Deus! Na contemporaneidade não tem mais sentido essa procura. Temos que ligar a lanterna em pleno meio dia para gritarmos: onde é que há gente!? 

Me parece que tanto o mundo virtual, quanto o mundo real está ficando com uma seriedade ingênua e por incrível que pareça, cada vez mais moralista. Precisamos ter “causas”. Quanto mais “causas” você tiver leitor, mais do “bem” você será, mesmo que na sua vida privada, ou na hora que ninguém esteja te olhando você seja uma pessoa detestável, quer dizer que, hoje em dia, não basta ser desconstruído, tem que parecer desconstruído aos olhos dos outros. "os olhos do outro"  é muito caro na contemporaneidade. 

Em outras épocas você seria bem visto se fosse a igreja todos os domingos, mesmo que no particular se contentasse em ser um pecador convicto, mesmo assim, as pessoas ainda acreditariam que você é do "bem". Semelhanças deste tipo não me escapam. 

No cotidiano pós-moderno, todos nós somos observados através do furo no olho de um quadro, com a diferença que sabemos quem está olhando e podemos moldar a nossa imagem. Todos nós olhamos pelo buraco da fechadura do outro. Não há nenhuma novidade nisso. Olhamos e só vemos semideuses e semideusas. Todos se “tornaram sábios em tudo e querem estar certos sobre tudo”, e quando isso ocorre, este tipo de “sabedoria” acaba perdendo toda a sua elegância, pois, se tornou banal.

As pessoas de convicções falam, falam. Eu fico ouvindo e quase sempre não falo nada, geralmente parecem um pavão cheios de argumentos sobre tudo. Mas quanto mais elas falam, mais vão deixando indícios e provas contra elas mesmos. A medida em que as pessoas de convicções se mostram para mim eu vou me retraindo, para ser aquela pessoa que elas veem, mas não veem nada. Talvez isso ocorra por conta dessa mania niilista que me assombra de vez em sempre.

Humberto Eco afirmou uma vez que “as redes sociais deram voz a uma legião de imbecis”, talvez porque agora, todos emitem a sua velha opinião formada sobre tudo, claro que de uma maneira amplificada pelas redes sociais. 

Penso que qualquer pessoa com um gosto um pouco acima da média veria uma grosseria nessa necessidade imediata de sabedoria-utilitarista-tecnicista, ou melhor, essa vontade de verdade exacerbada. Tudo isso, ainda poderá fazer germinar um novo modo de nobreza da alma, ser nobre, não será mais ser sábio ou intelectual, e sim, ter loucuras na cabeça. Ser-poeta.

Como muita gente que conheço, eu também estou preocupado com os rumos do Brasil. Por aqui, somam-se genocídios impunes contra o povo preto das periferias, como no caso de uma família em Guadalupe que levou oitenta tiros, e ceifou a vida de um músico negro que sequer tive direito a julgamento. Sem falar em todos os retrocessos advindos desse “desgoverno das milícias e das laranjas”, mas temos que ter cautela, poucos sabem, mas: “quando julgamos estar a zombar da ideologia dominante, estamos apenas a reforçar o domínio que ela exerce sobre nós”. (Zizek).

Muitos estão dominados por esse novo governo e não se dão conta. Sejam de direita ou de esquerda não tenho dúvidas de que este governo deu sentido para a vida de muita gente, nunca a burrice esteve tão bem representada, porém, postar 30 vezes por dia contra o Bolsonaro e bater no peito que é resistência, encobre uma certa obsessão política desordenada, que na maioria dos casos, essas pessoas não conseguem pensar para além disso.

Acredito que precisamos desacelerar um pouco. Sempre que saio faço a pergunta de Álvaro de Campos: onde é que há gente no mundo? Precisamos deixar de lado essa seriedade enclausurante, que de certo modo, está presente no início deste texto e que aos poucos vai sendo deixada de lado para perceber o poder da distração: “Distraídos venceremos”, a distração aqui descrita não é deixar de lutar, mas ela é a força que permite que continuemos lutando. 

Precisamos perder o medo de errar, essa áurea sábia de quem quer ser interessante e estar certo o tempo todo. O filósofo Nietzsche, por meio do seu Zaratustra, nos diz que: “É mais nobre dizer que errou do que querer ter razão, especialmente quando se tem razão. Mas é preciso ser bastante rico para isso”.

Enfim, precisamos pirar, viajar na maionese, errar, sacudir, aprender, desaprender, falar bobagens e viver a vida de peito aberto. Como diria Charles Baudelaire: Embriagai-vos!

– “É a hora de vos embriagardes! Para não serdes escravos martirizados do Tempo, embriagai-vos! Embriagai-vos sem cessar! Com vinho, poesia, virtude! Como quiserdes!”

(Alex Domingos)


Ouçam o poema em linha reta completo, por Abujamra. 

Link >>>>>

https://www.youtube.com/watch?v=OVYqz8qvmKg&t=1s